quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Miostatina e Musculação

          A miostatina é uma proteína que exerce efeito inibitório no desenvolvimento da musculatura esquelética. A musculação como forma de treinamento contra resistência é eficiente no aumento da secção transversal do músculo. A partir disso é possível relacionar a influencia que a musculação exerce sobre a atividade de miostatina.
       A miostatina conhecida também como GDF-8 é uma proteína presente no músculo esquelético no período embrionário e na fase adulta, ela consiste em regular o crescimento muscular esquelético através de uma interação com o receptor Activina IIB pela junção da miostatina com um polipeptideo.
A principal função da miostatina é restringir o crescimento do músculo, mantendo quiescentes as células satélites. A partir do momento que o músculo sofre alguma lesão as células satélites migram para substituir as células lesionadas. Sem a Miostatina, o freio que atua sobre as células satélites poderia ser eliminado e as células musculares proliferariam.

“Nas ultimas décadas foi verificado que algumas raças de gado tinham uma mutação no gene da Miostatina, de modo que se formava uma proteína não funcional, o que demonstrou que a Miostatina inibia o crescimento da musculatura esquelética, e a principal característica destes animais detentores desta mutação, era o crescimento exacerbado dos músculos, fenômeno chamado “double muscling”. Há pouco tempo foi encontrado o caso de uma criança alemã extremamente musculosa que possuía uma dose dupla de uma mutação que inativa a Miostatina, esta criança apresentava fenótipo semelhante ao “double muscling”. 
Foi constatado por manipulação genética feita com camundongos transgênicos, que quando ocorre uma deficiência de Miostatina ocorre um drástico e generalizado aumento de massa muscular esquelética, principalmente devido a um número maior de fibras musculares livres de gorduras, chegando a ter um aumento em volume cerca de 2 a 3 vezes mais que camundongos selvagens.
Resultados recentes mostram que em nosso organismo está presente também o inibidor o da Miostatina que é conhecido como folistatina. Embora a folistatina pareça ser um potente inibidor da atividade da mesma, ela também funciona como inibidor de actinina. Actininas estão envolvidas em múltiplas funções em diversos órgãos, pelo seu bloqueio a folistatina iria afetar múltiplos tecidos, como os lisos e o cardíaco e não apenas o músculo esquelético.
Quanto ao uso da Miostatina nos esportes, a divulgação desta proteína trouxe diversas reações em diferentes segmentos na área da saúde, os atletas amadores e profissionais notaram a possibilidade de usar os bloqueadores da mesma para extrapolar o desempenho nos exercícios e a responsabilidade do treinamento atingindo o máximo da capacidade humana.
O efeito do treinamento de força sobre a expressão da Miostatina foi testado por biópsia muscular do músculo vasto lateral as quais, foram tomadas em repouso uma hora antes, uma hora depois e 48 horas após cinco sessões de 10 repetições no leg press, tanto antes como após 21 semanas de treinamento de força supervisionado, em duas situações: indivíduos não treinados (pré-treino) e indivíduos treinados (pós-treino).
No inicio dos treinamentos (indivíduos não treinados), as 3 biópsias examinadas não apresentaram nenhuma mudança no conteúdo de RNAm da Miostatina, porém, posteriormente 21 semanas de treino (indivíduos treinados), ocorreu uma diminuição no conteúdo de RNAm de Miostatina após uma hora, e esta diminuição foi ainda maior após 48 horas do término da sessão de treino, sinalizando que o treinamento teve efeito e indicando que quanto menor expressão da Miostatina, maior o crescimento muscular. 
Com o avanço dos conhecimentos terapêuticos a Miostatina parece ser uma representante em potencial da terapia genética, auxiliando no tratamento efetivo para diversas condições patológicas, como o HIV, sarcopenia, câncer (caquexia), distrofia muscular, entre outros. “




Fontes: Matsakas, A. and P. Diel (2005). "The growth factor myostatin, a key regulator in skeletal muscle growth and homeostasis." Int J Sports Med 26(2): 83-9.


Reardon, K. A., J. Davis, et al. (2001). "Myostatin, insulin-like growth factor-1, and leukemia inhibitory factor mRNAs are upregulated in chronic human disuse muscle atrophy." Muscle Nerve 24(7): 893-9.

Hulmi, J. J., J. P. Ahtiainen, et al. (2007). "Postexercise myostatin and activin IIb mRNA levels: effects of strength training." Med Sci Sports Exerc 39(2): 289-97.

Nakatani, M., Y. Takehara, et al. (2008). "Transgenic expression of a myostatin inhibitor derived from follistatin increases skeletal muscle mass and ameliorates dystrophic pathology in mdx mice." FASEB J 22(2): 477-87.

LEE, S. J. Regulation of muscle mass by myostatin. Annual review of cell and developmental biology, v. 20, p. 61-86, 2004.

http://professorfelippetoledo.blogspot.com/2010/03/comportamento-da-miostatinafrente-ao.htm acessado em 23/12/2010 ás 09:50




por: Anndressa Fiusa

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